Santa Tereza

E chega ao fim minha experiência como Embaixadora dePadarias, pelo Divirta-se.

Fui conhecer a centenária Padaria Santa Tereza, que fica ali próximo a Praça da Sé no centro de São Paulo. A padaria foi fundada em 1872 e é a mais antiga do Brasil. Hoje é super bem freqüentada pelos executivos que trabalham na região, pessoal da Bovespa, do Fórum. 

A verdade é que a Santa Tereza não enche os seus olhos quando se entra nela. Decoração simples, com ar comum demais e até um pouco decadente. Ela não te convida exatamente a sentar e apreciar suas delícias. Mas quem vê cara, não vê coração. E eu não ia só gastar meus olhos, eu tinha 70,00 reais pra ser feliz por lá.

Duas coisas que ouvi sobre ela:

1. Que o happy-hour é animado e rola no andar de cima onde tem um restaurante. Mas como eu estava lá pra visitar a padaria e não o restaurante, deixei essa parte da visita pra outro dia.

restaurante

2. A coxa-creme de lá é famosa. Essa sim, eu tinha que tirar a prova.

Eram 10hs da manhã no dia da minha visita, por isso sentei no balcão e fiz meu pedido “Uma média e um na chapa, por favor”. 

Enquanto comia meu pão com manteiga quentinho e tomava meu café com leite fiquei observando o balcão e a movimentação. Os funcionários ali parecem ser bem antigos da casa, aquele tipo que já sabe até seu pedido decor e salteado. E que não são exatamente polidos ou formais. O meu pão na chapa, por exemplo, foi gritado pro moço que comanda a chapa lá do outro lado da padaria. Mas eles se entendem bem e acaba até sendo super eficiente.

Saí em busca do que levar pra um lanche da tarde, já que às 10hs da manhã não é exatamente um horário para ingerir grandes quantidades de comida.

Os doces estavam bonitos. Me vê 2 sonhos, por favor? 

 Eu sou vidrada em sonhos e sei que eles são uma bomba calórica. Mas naquele momento, naquela vitrine, com aquele crédito na mão, eu só PRECISAVA tê-los. Eu tinha o poder e iria tê-los. Uma questão de auto-estima. Depois eu pensava se ia comê-los de fato, porque né...sonho não é exatamente algo que Nutricionistas permitem. Aproveitei e pedi também aqueles docinhos lua-de-mel, recheado com creme e coco.

Observação da autora: os sonhos estavam como devem ser, pouco gordurosos, doces no ponto e com o creme de textura aveludada. E se a Nutricionista perguntar, eu nego até a morte e ainda digo que foi a sogra quem comeu. Os dois. 

Por quilo vi uma bela torta de banana e uma de ricota. Levei um pedaço das duas.

Fiquei triste em saber que às 10 horas da manhã o pão italiano ainda era o de ontem. Como assim não tem pão italiano? Sem pão fresquinho nesse horário. Então levo mini pão de queijo e pães franceses. A parte dos pães salgados deixa um pouco a desejar, nem o francês era assim uma Brastemp.

 

Lanche da tarde tem que ter frios. Mortadela Ceratti, bem-fininha-quase-transparente. Ai sim! Tiozinho do frios mandou muito bem! E pra não cair no ditado “come mortadela e arrota presunto cru” (ou se preferir caviar) em homenagem ao Fernando pedi logo uma porção (não muito grande) de presunto cru também. Afinal, a 85,00/kg não da pra exagerar.

 A vitrine dos salgados-entupidores-de-artérias era tentadora até pra mim que não costumo ligar. Todos tão apetitosos!

E o grand finale: A coxa-creme! Quando você olha pra ela e vê aquele osso pra fora meio que você tem a sensação de estar de volta à era das cavernas, aquele lance de segurar o osso na mão, rasgar com os dentes, babar muito, engolir selvagemente e ainda lamber até os cotovelos. Tipo a tal Turkey Leg lá do Boccanervosa.

Volta, Mariana.

Então. Pedi duas e me arrependi em não ter gasto os meus 70,00 reais todo em coxa-creme. Sem dúvida a fama é verdadeira, mesmo já estando fria quando comi ainda sim foi a melhor coxa-creme da minha vida! Suculenta, saborosa, bem temperada e aquele creme envolvendo ela, macio que faz carinho na boca quando você morde, coberto com uma crocante casquinha. Um desbunde! Levei também uma tradicional de frango com catupiry, mas a coitada ficou ofuscada pela outra.

Chamei logo a sogra, o sogro e o Rapha pra curtirem o lanche com a gente. Sucesso né?!

A Santa Tereza é o tipo de lugar nota 10 quando você está no Centro à trabalho, à compras ou à passeio. É destino obrigatório. Mas não é aquele tipo de lugar que você tiraria seu carro da garagem e gastaria alguns litros de gasolina (e uns bons reais com estacionamento) para visita-lo, pois nesse quesito existem lugares mais cuidadosos com outros aspectos além dos produtos.

No entanto tenho fortes intuições a respeito do almoço por lá, acho que ainda vale uma visita para conhecer o restaurante e no fim da tarde no famoso e animado happy-hour. 

E a última crítica no Divirta-se!

Acho que com essa última visita posso dizer que cumpri meu objetivo. Visitei 5 padarias completamente diferentes umas das outras. Cada uma no seu estilo, cada uma com sua especialidade, cada uma em um canto de São Paulo e buscando atingir seu publico alvo.

E assim pude me encantar com os doces lindos da St. Honoré e provar um dos melhores pães de São Paulo, os da Julice. Tive o prazer de conhecer uma das maiores padarias que já vi, a Cepam. Pude rever meus conceitos em relação à coxinhas e comi a melhor coxa-creme de todos os tempos aqui na Santa Tereza. E por fim, me aconchegar nos bolos delicados da PÃO.

A farra com a conta paga chegou ao fim, mas a minha ânsia de conhecer lugares incríveis não tem limite. Por isso, sigo em frente...pesquisando, buscando, lendo e aprendendo sobre novos lugares, novas experiencias. Tudo para poder vive-los e continuar passando pra vocês.

Santa Tereza

Praça Doutor João Mendes, 150 - centro

Fone: (11)

Horário de Funcionamento:

Seg- Sex: 6hs-22hs

Sáb: 6hs-21hs

Dom: 7hs-21hs