13 janeiro, 2012

Zena Caffé - uma vila italiana nos Jardins

E era no twitter, no facebook, em toda a blogsfera, um tal de focaccia pra cá, focaccia pra lá, delivery-focaccia, foto da focaccia. E eu: que raio de focaccia é essa? Eu ouvia/lia por ai: blá blá blá foccacia...blá blá blá nhoque...blá blá blá Zena Caffé. Nhoque? Ahhh, difícil um nhoque me ganhar, viu?! Tipo de coisa que nunca foi prioridade no meu estomago.

Conheci Carlos Bertolazzi, o responsável pelo burburinho todo e chef do Zena Caffé, sem querer, sem me dar conta de quem ele era. Lá estava ele na mesma quinta-feira que eu no Clandestino, da Bel Coelho. Ele e toda uma trupe de chefs e críticos.
- Quem é esse cara? Até que encontrei ele no twitter e então percebi que só eu não conhecia o Zena. Não pode!



A gastronomia do Zena Caffé se baseia na culinária mediterrânea, principalmente do norte da Itália. Ele fica no Jardins, num casarão sem frescura, com uma decoração que te faz sentir em uma vila italiana. São dois salões; o interno e o externo com um toldo retrátil, indicado para curtir a Lua nas noites quentes de verão. O atendimento é cordial, educado mas sem muita formalidade e os preços são bem camaradas, que logo me ganhou com as opções de meia porção! Por essas e outras acaba sendo o tipo de lugar que te faz relaxar, te faz sentir-se em casa e que te faz querer voltar sempre. E por essas e outras ele se mantém sempre cheio!



Estive por lá em duas oportunidades, por isso consegui ciscar em várias áreas do variado menu.
Fui infeliz com algumas fotografias, perdoem-me.

Na primeira visita dividi uma entrada Fantasia di Focacce, nas versões cebola roxa, sardinha e azeitonas. E logo me arrependi. Não que não estivesse gostoso, muito pelo contrário até! Mas acho que perdi o foco, afinal de contas, por que raios você estava lá, Mariana?? Pra provar a verdadeira focaccia da casa!! Escolhi mal.

fotografia: Marcelo Katsuki (Comes & Bebes)

Na segunda visita não cometi o mesmo erro e como estávamos em 10 pessoas, pedimos logo duas de sabores diferentes.
A Pizzata foi minha favorita, perfeita em sua simplicidade de massa + molho de tomate+ queijo stracchino cuidadosamente derretido. Isso pra mim, bastava. Principalmente com um molho de tomates saboroso como aquele. Fez fácil fácil essa ruiva feliz.
A Prosciutto e Fichi parecia ter mais personalidade com seu presunto de parma, figo e seleção de queijos. A combinação toda me atrai um bocado e idéia do doce do figo quebrando o salgado do presunto parecia muito feliz. E era, mas não consegui encontrar o figo no pedaço que comi e tive que lidar sozinha com o sabor acentuado do presunto.



Obs: A parte que eu me condeno por na primeira visita não ter provado NEM  a focaccia, NEM o nhoque, eu vou pular, pois tudo foi devidamente concertado na segunda visita!

Com o nariz meio torto para nhoques optei por outra massa o Corzetti alla Polseverasca, moedas de massa com ragu de carne e cogumelos. Apetitosa, com a massa no ponto certo e o ragu saborosíssimo, valeu a escolha. Mas eu sou curiosa e meu querido amigo tinha em sua frente "o famoso" prato...Gui, dá cá um teco desse nhoque pra eu ver qualéquié!

OH GOD! Eu estava feliz com a minha escolha e de fato eu tinha acertado, mas o que era aquele nhoque?
Bom, ele foi pra casa comigo em minha memória e mantivémos uma relação complicada até o dia da segunda visita. Dessa vez não erraria: Gnochi Zena na veia!



E ele estava como me lembrava, massa de batatas que desmanchavam na língua sem desmanchar no prato, regado por um molho de tomates frescos com manjericão que me surpreendeu com sua cor vermelho-laranja vivo. E no meio um fondue de queijo stracchino derretido. Nada de massa pesada, nada de gosto de farinha, nada de molho dando azia. Gnochi Zena, meu amor!

E como futucaram bastante no meu nhoque (aprende a não fazer muita propaganda, Mariana!) fui futucar no prato alheio também.
 O aniversariante do dia, meu irmão, pediu Brasato al Aglio Nero, uma paleta preparada  em baixa temperatura e com molho de alho negro, pancetta e alho poró. E de acompanhamento um risoto de arroz 7 cereais com gorgonzola, bem interessante.



Na primeira visita eu consegui sentir um pedaço do paraíso na sobremesa e na segunda eu descobri que poderia ser melhor ainda. Não me perguntem, pois eu não saberia dizer qual das duas tem preferencia na minha alma gorda, pois tanto a Focaccia de Nutella, quanto a de Doce de Leite estavam de chorar.



Servidas quentes, com uma bola de sorvete de creme, fizeram a família chutar os baldes das dietas! Era assim: eu provava a de Nutella e tinha a certeza que a de Doce de Leite não superaria a experiência. Ai provava a de Doce de Leite e tinha a certeza que a de Nutella não alcançaria aquele prazer...permaneci nesse looping até acabar com as duas e não chegar a nenhuma conclusão!

O Zena é aquele lugar que te serve de sala da sua casa, que você convida seus amigos pra um papo e fica tranquila, sabendo que será bem tratada, que comerá muito bem e que não terá surpresa na conta. O Zena atende seus desejos, se você está de dieta te oferece saladas deliciosas que te fazem menos miserável nessa empreitada. Se voce é uma gordisca feliz, te deixa mais contente com as focaccias doces. Se está só querendo beliscar, te traz opções aos montes e varia o tamanho do prato de acordo com a sua fome! E até pros preguiçosos ele dá uma mãozinha entregando as focaccias na sua casa. É, delivery!

O Zena é aquele lugar que não tem erro, é um porto seguro.


Zena Caffé
Rua Peixoto Gomide, 1901
Jardins
Fone: (11) 3081-2158

4 comentários:

  1. Focaccia melhor não há! Gnochi nem a minha vó faz tão bem e essa carne aos 3 alhos é de pirar qualquer um.O Zena realmente precisa ganhar filiais pois é a masterpiece de Carlos Bertolazzi!

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  2. Eu ainda não conheço, mas quando for a cidade de Sao Paulo, farei questão de ir, e aproveito a oportunidade de fazer o convite para conhecerem o Trio Gourmet Restaurante em Goiania. Seja bem vindo

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  3. Conheço Carlos Bertolazzi desde que ele era criança. Mas sou de uma isenção cruel quando se trata de culinária. Mas no caso do Zena - fui um dos primeiros frequentadores - me incorporo às unanimidades. É o mais próximo que se come no Brasil da verdadeira culinária italiana: despojada, esmerada, atenta ao detalhe,original, feita com amor de artesão e própria de quem sabe que ficará no ramo pelo resto da vida. Carlos não tem a obsessão de ficar rico da noite para o dia e tem o toque de classe indelével que herdou de seu pai, Alberto, um cozinheiro que só não se tornou de ofício porque tinha outras prioridades. Parabéns, Carluccio. Já levei até o Zena pelo menos 50 convidados em dezenas de ocasiões. Todos se tornaram "habitués". Até um gourmet eclético como Alexandre Vasto me dizia dia desses que é o lugar que prefere. Parabéns também a Alberto, pai de um celeiro de talentos.

    Fernando Dourado
    merkenfd@uol.com.br

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  4. Conheço Carlos Bertolazzi desde que ele era criança. Mas sou de uma isenção cruel quando se trata de culinária. Mas no caso do Zena - fui um dos primeiros frequentadores - me incorporo às unanimidades. É o mais próximo que se come no Brasil da verdadeira culinária italiana: despojada, esmerada, atenta ao detalhe,original, feita com amor de artesão e própria de quem sabe que ficará no ramo pelo resto da vida. Carlos não tem a obsessão de ficar rico da noite para o dia e tem o toque de classe indelével que herdou de seu pai, Alberto, um cozinheiro que só não se tornou de ofício porque tinha outras prioridades. Parabéns, Carluccio. Já levei até o Zena pelo menos 50 convidados em dezenas de ocasiões. Todos se tornaram "habitués". Até um gourmet eclético como Alexandre Vasto me dizia dia desses que é o lugar que prefere. Parabéns também a Alberto, pai de um celeiro de talentos.

    Fernando Dourado
    merkenfd@uol.com.br

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