O post de hoje é um texto de um psicólogo de Taubaté, sobre Café. Encontrei esse texto escrito nas paredes de um lugarzinho que vendia lanches e comidinhas, quando procurava um café espresso para degustar. Voltei recentemente só para copiá-lo.
Achei o texto interessante, pois remete à Cultura do Café tanto no sentido de bebida, quanto no sentido cultural e social. Inclusive falei sobre isso no post Café Cultural.
O texto não tinha título, entrei em contato com o autor dele, mas ele não me retornou. Então ai vai...
Dedico a esse post ao Vanilla de Taubaté, à sua equipe e aos ex-donos, que infelizmente por falta de apreciadores dessa cultura fechou as portas recentemente, deixando a mim e Fernando, órfãos de um lugar para tomar um cafézinho e jogar conversa fora.
Apreciem.
“Quanto de nossas almas já não fora despertado dos nossos corações em desalento? Quantos descuidamos insignificantes, de nós mesmos, na mesa de um café?
Sobraram muitos sabores e aromas daqueles encontros e desencontros, que tantos se refizeram testemunhados pela incerteza, fumegantes de um cafezinho.
E fagulhas germinam os sonhos e florescem, apesar de nossas vidas insólitas, com o sabor e o cheiro de manhã em roça de infância daqueles que já tivemos todos, um.
Café como um elixir alquímico aquece nossos sonhos, desperta a memória... Café preto, puro, forte. Torrado em fogão de lenha e coado em coador de pano. De bule, de amizade, de bar. É cotidiano de todos nós, sem rumos nem projetos.
Cafezinhos cultivam encontros, consertam desencontros inconseqüentes ou decisivos. Cafezinhos constroem amigos na pressa que o cotidiano nos obriga. Cafezinho permite, por segundos que seja encontrarmo-nos descompromissados ao sabor do ócio bendito e raro, solitários ou em confraria. Há sempre sonhos para serem degustados quando há coragem para desvesti-los. Não os amaldiçoa se num café o derramamos. Sobre uma mesa sem nos importar se são frescos ou requentados. Sirva-nos a vida bem adoçada pode ser com sonhos ou com memória.”
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