A minha mudança pra Taubaté me fez descobrir alguns novos pontos de vista (os quais aos poucos devo ir colocando aqui).
Não da, nem de longe, para tentar comparar uma cidade de 245 mil habitantes com a minha São Paulo. E digo isso em relação a todos os ângulos de que se olha. Uma cidade pequena te oferece muito, mas te limita muito.
O ponto de vista que me faz escrever aqui hoje, é o cultural.
Como paulistana nata que sou, logo que chego em algum lugar já saio a procura de um Café (em maiúscula). Café no sentido de estabelecimento: lugar onde se serve café, chá e outras bebidas, bem como refeições ligeira, sendo um local que desempenha um importante papel social constituindo-se em locais de reunião e troca de ideias.
Não há nada melhor que sentar num Café aconchegante com uma música suave de fundo, tomar um café, ler uma revista, um livro, navegar na Internet, ou simplesmente jogar conversa fora com amigos. Passo horas assim!
Em Taubaté encontrei um único estabelecimento que eu poderia classificar como um Café. É uma loja de uma rede de franquias conhecida em SP. Não é excelência em café, comparada a tantas opções que só São Paulo oferece, mas eu e Fernando (meu marido, outro adorador não só da bebida, mas da Cultura Café) nos fizemos presente fielmente, usufruindo e incentivando aquela Cultura.
Um dia caminhando pelo centro da cidade, precisando de um café (agora no sentido de um "pretinho") encontrei um "lugarzinho" com uma máquina de café espresso. Não era um Café (não no meu conceito), mas vendia espresso. Sentei numa banquetinha apreciando meu café e notei que havia um texto escrito nas paredes, de forma bem amadora mesmo. O texto, de um psicólogo da região, falava justamente sobre o a Cultura do Café. Muito bom o texto, me identifiquei! Questionei o dono do lugar sobre a autoria do texto e começamos a conversar, diferente de mim e do autor do texto, ele disse que o povo daqui não tem essa Cultura.
Eu tristemente concordei.
Ontem fomos dar um passeio de bicicleta pela cidade. "Que tal recuperar as energias com um pretinho? Vamos ao nosso Café, então!"
E fomos. E demos com a cara na porta.
O único Café da cidade faliu. Fechou por falta de clientes... E meu coração ficou pequenininho, pelo pesar aos donos que acabamos criando uma amizade. Porém, mais ainda pelo balde de água fria...
A mesma água fria que nos surpreendeu ao ir no show da Maria Gadu, show que nunca aconteceu, foi cancelado sem aviso nenhum e demos com a cara na porta.
Taubaté não compra Maria Gadu, mas esgota pro Fernando & Sorocaba, Padre Lázaro, Padre Fábio de Melo.
Taubaté não toma café, e menos ainda frequenta um Café, mas lota os botecos e se acaba de tomar cerveja.
Taubaté nesse sentido não está crescendo, não está aberta novas Culturas.
Pelo menos ainda não.
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