07 outubro, 2011

Tappo Trattoria - o italiano de Benny Novak

Vida... essa danada!

De repente me dei conta: “preciso resolver issaê” e fui lá fora tentar arrumar essa coisa chamada “vida”.
Ok, eu sei que dei uma abandonada de leve nas coisas por aqui, mas é que eu estava afundada (ou boiando) na questão “o copo está meio vazio, ou meio cheio”. No meio da reflexão, uma força maior (se é que me entende) me fez vir aqui e dar o ar da graça com Cloudy.

E agora voltei, de roupa nova. Assim como as roupas da gorducha aqui não estão servindo mais, estava na hora de mudar a cara do blog.

TCHARAAAAAAM!
And here we are!

Mas hoje é dia de Tappo Trattoria, bebê!





Dia desses fomos almoçar com Sir. Guilherme Falcão que nos levou no Tappo. O Tappo é um dos restaurantes do chef Benny Novak, também dono do Ici Bistrô (aaaah, o Ici! deixa esse pra outro dia) e mais recentemente do Dinner 210.

gente boníssima o Benny!

A entrada do Tappo é tão miudinha quanto o seu salão. Duas fileiras de mesas são divididas pelo corredor central que termina no bar. Como tamanho não é documento, o  Tappo se mostra muito acolhedor com suas paredes forradas de madeira e ambiente meia-luz.




Opções classicamente italianas no cardápio, voltada para confort  food, coisa de tratoria mesmo, nos fizeram gastar um tempinho para decidir.
Na entrada investimos no exótico; moela confitada, fígado de frango acebolado com uvas verdes, flambados na grappa e na clássica Focaccia; mussarela de búfala, tomate cereja, manjericão e azeite de alho.

A moela e fígado são para os fortes, sabor que não acabava mais. O molho acebolado pedia um pãozinho pra ser “potchado”, mas a uva foi a dama de chapéu de lado que chamou atenção. Torci o nariz no início, mas ela venceu. O levemente ácido e adocicado da uva amançavam o gorduroso do fígado, dando um equilibrio ao prato.


A Focaccia você olha a foto ai e tire suas próprias conclusões.
olha só esses tomatinhos!

Os pedidos dos pratos seguiram rumos completamente diferentes. O Gui foi de Costela assada ao vinho tinto com risoto de açafrão. O prato chamava bastante atenção, mas não rolou aquele amor. Foi mais um flerte do que uma paixão arrebatadora. De acordo com o Gui a carne estava macia e soltando do osso, mas com um sabor de queimado acentuado e sentiu falta do "quê" do vinho.


Eu inovei e quis ver que banda tocava a tal da arraia; Arraia com erva doce, vôngole e açafrão.
A arraia tem cara de peixe e carne branca como tal, porém é um pouco mais consistente e de sabor mais acentuado, lembrando peixes de água doce. O prato não era exatamente uma sutileza de sabores, já que arraia, vôngoles e ervas-doces traziam uma gama enorme de sensações distintas. Não que isso fosse ruim!



E Fernando ficou na massa; Linguini com lagosta e tomate fresco.


Olha, ele ficou meio triste com o atendimento (e eu também), já que eles entregaram nossos pratos na mesa errada e na confusão depois de muita demora, ele foi o último a ser servido. A decepção dele (com razão) acabou chegando injustamente no prato, que acabou pagando pelo erro do serviço. Mas eu estou aqui com a cabeça mais fresca para defendê-lo (o prato, não o serviço). A massa estava impecável. Lagosta, né gente?! Lagosta!

Os italianos que me perdoem, mas de sobremesa eles não são lá uma Brastemp. E nós três acabamos nos olhando e pensando no pecado.

- Vale almoçar em um restaurante e ir só comer a sobremesa em outro, Arnaldo?
- A regra é clara, vale se o restaurante for do mesmo dono!

Eu não sei seu era uma criança em véspera do Dia das Crianças esperando loucamente pela Barbie, ou se eu era uma criminosa na ânsia de cometer o crime, mas lá fomos nós para o Ici Bistrô.

O garçom solícito com o cardápio na mão teve que ouvir: “A gente só vai querer a sobremesa: dois Pain Perdu e um Mil Folhas, por favor!”
(Nota: não que eu não estivesse enlouquecida de vontade do Moules-Frites que vi duas crianças comendo, mas eu tinha acabdo de almoçar.)

E lá veio o MEU Pain Perdu, a MINHA sobremesa, o doce de todos os doces. E eu chorei.


Confesso que ele estava um tanto diferente da primeira vez q nos vimos. Ele parecia um pouco maior e mais bronzeado, mas na boca ele era o mesmo de sempre; aquele que me encantou desde o início, aquele que nunca mais saiu da minha memória.

Acorda, Mariana.

O Pain Perdu lembra uma rabanada: pão frito na manteiga. Veio quentinho, com um purê de pêras no topo e uma calda LINDA.
O Pain Perdu é assim, perfeito. Primeiro porque vem quente, jeitão de coisa fresca, recém saída do fogo, segundo porque vem sobre uma calda equilibrada, delicada e doce no ponto. Um perfeito crème anglaise, com um toque dos deuses de baunilha.  E na colherada que une a pêra, o pão e a calda, você vai até o céu e volta.

O Mil Folhas estava crocante, massa leve. Gosto de doce assim, não muito doce. Mas o Mil Folhas que me perdoe, apesar se estar corretíssimo, como não ser ofuscado por uma sobremesa como o Pain Perdu!? Difícil.



Se vale a visita ao Tappo? Ahh, vale! Principalmente pra quem aprecia a culinária italiana.
Mas eu ei de admitir que o Ici é o meu xodó ( e acredito até que esse favoritismo seja unânime). Benny foi iluminado quando abriu aquele bistrô.
Na dúvida, visite os dois e depois me conte!




 
Tappo Trattoria
Rua da Consolação, 2.967
Cerqueira César

Fone: (11) 3063-4864.

Ici Bitrô
Rua Pará, 36
Higienópolis
Fone: (11) 3259-6896

2 comentários:

  1. Olá, com licença. Passei por conta do chamado no perfil do Fernando, curiosidade mesmo, e tive uma experiência extra-sensorial, rsrs. Não lembro de ter lido descrição mais precisa, delicada e apaixonada de uma culinária...escolhi, esperei, salivei e degustei junto com vc, só não me irritei com a demora do prato do maridão, porque vc chegou bem a tempo de defendê-lo, e dar a devida justificativa pra uma suposta decepção. Ainda estou digerindo a "mil folhas", obrigada pela experiência!! Parabéns e mais sucesso!!

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  2. Coisa mais linda! Esse post super inspirado (que fez com que eu desenvolvesse uma nova lombriga por um Pain Perdu) e por essa nova cara do blog, tão a SUA CARA. Adorei tudo! Mas ainda acho que preciso ir ao Dinner 210 e ao Ici antes de conhecer a Tappo...rs

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