14 julho, 2011

Cera-quente no futebol!


Estou numa onda de falar de comida que tá me dando até medo. Ainda se eu só falasse, ou só escrevesse, estava tudo bem... Mas, né?! Pra gente poder dar uma opinião que valha alguma coisa, tem que viver aquilo. To vivendo padaria, doces, pães. E pelo jeito vou continuar vivendo gorda.

Pra variar um pouco, hoje vou seguir uma sugestão do palmeirense roxo mais legal que eu conheço: o Dan. Dan disse pra mim “Pô, primaaaa! Fala de futebol no teu blog.”

Que assim seja! Mas não to aqui pra falar do Neymar, do Pato, do Ganso, do frango do Ceni ou da galinhada toda da seleção brasileira, nem do Corinthians e Carlitos Tevez. Eu to aqui pra falar das meninas no futebol, que no último sábado foram desclassificadas do Campeonato Mundial de Futebol Feminino pelos EUA.



 O Brasil empatou em 1 x 1 com os EUA no tempo regulamentar levando à prorrogação. Logo no 1º minuto do primeiro tempo da prorrogação Marta faz o gol que garantiria a classificação do time. 



Jogo vai, jogo vem. E ai acontece o seguinte:
Aos 9 minutos do 2º tempo da prorragação o Brasil estava ganhando o jogo e eis que a jogadora brasileira Érika cai dentro da área supostamente com dores nas costas. Vai uma e fala com ela, vai outra e fala com ela, vai a juíza e fala com ela. E eis que entra o atendimento médico em campo. Rola daqui, finge dali.

Eu assisto futebol, gosto de futebol e falo de futebol, lá em casa, pro Fernando. Concordo, discordo, aprovo, xingo, falo de jogador, de juiz, do bandeira, mando o “cala boca, Galvão!” e falo mal do bobo do Casagrande. Sou amadora de tudo. Mas tem uma coisa que eu não gosto no futebol, além das pilantragens todas de diretorias (e do Corinthians): cera.

Concordo com erro de juiz, concordo que apitar uma partida vai muito de interpretações pessoais de cada árbitro. Concordo quando nego tá impedido e juiz não apita o impedimento (levanta essa bandeira, po!). Concordo quando juiz dá impedimento e não era (enfia __ essa bandeira!). Concordo com falta dura e com cartão vermelho de conseqüência. Concordo com fair play e com a falta dele em alguns casos, mas não concordo com cera.
Cera é coisa de time que tá ganhando (ou empatando) e que sabe que não tem culhões pra sustentar aquele resultado, porque talvez nem seja merecedor dele.

A Dona Érika, jogadora do Brasil, fez uma puta duma cera. Fez até a equipe médica entrar em campo e tira-la de maca. Assim que saiu de campo, com a maca em movimento ainda, sentou e já foi se desamarrando e saiu correndo pra entrar de novo no jogo. Não se deu nem o trabalho de disfarçar. A juíza viu. E deu-lhe um cartão amarelo. Justo. Porém, pouco. Como diz o Fernando, se eu fosse a juíza eu faria a mesma cera para autorizar a entrada dela em campo de novo. Deixaria ela lá fora esperando.

Até ai foi só sistema de conseqüência: fez cera descarada, tomou cartão.
O problema é que a juíza deu 3 minutos de acréscimo! Veja bem, 3 minutos num total de 15 minutos equivale a 20% de acréscimo. Num tempo normal de 45 minutos, seria o mesmo que dar 9 minutos de acréscimo. Alguém já viu isso?
Pois bem. E sabe o que aconteceu justamente nos acréscimos? O gol de empate dos EUA, que levou a definição da partida pros pênaltis.

E era mais óbvio que video-cassetada com cavalo: time que faz gol contra e leva o empate nos acréscimos, perde nas cobranças de pênaltis. Uma questão de moral abalada.
Bingo.

perderam nos penaltis


Ok, não é justo botar a culpa da derrota toda na cera infeliz da Érika. Mas como eu não to aqui pra falar de resultado de jogo, ou do desempenho da seleção feminina, eu vou sim falar da cera dela, até porque o texto é meu and o blog também e eu escrevo o que quiser.

É feio. Muito feio. E pra mim, cera é antidesportivo. Sei que vai chover gente falando o contrário aqui, dizendo que faz parte do futebol, que o futebol não é justo, que gol não precisa ser bonito e que vitória feia também vale 3 pontos. Mas da licença de eu achar cera MUITO feio?

Cera é enrolar. É atrapalhar. É jogar contra. Quer jogar contra? Vai lá no gol do adversário e mete a bola pra dentro.Fazer cera é tirar a oportunidade de o outro time mudar um resultado. Se esse time consegue mudar isso, talvez ele seja merecedor do resultado. Ou não. Na verdade não importa. Cera é o atestado da sua incompetência, ou da do time. É a necessidade de se manter por cima sem ter estruturas pra isso.

Seria muito bom se futebol fosse puramente esporte. E cera fosse só a de ouvido. E eu fosse só dentista.

Ps. Acharam que eu ia falar da goleira dos EUA, né? Puta mulher bonita!

Hope Solo

2 comentários:

  1. AEEEEE PRIMA,

    Nesse blog democrático a minha opinião tem valor, hein? (aqui em casa não) ahahahah!!!

    Mandou muito bem!!! No seu primeiro post sobre futebol já ta na cara que você entende muito mais de futebol do que a Fê e a Carol juntas (não que isso seja parâmetro para auferir os conhecimentos futebolísticos).

    Concordo com você! Pra mim, cera é coisa de time pequeno, que se contenta com pouco, sem história e sem libertadores (qualquer semelhança com alguma time de SP é mera coincidência)!!

    Tem que ser que nem o Valdívia: Com firulas objetivas - CHUTE NO AR!!

    É isso, prima, Futeba na cabeça!!!

    Dá-lhe porco!!

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  2. "o texto e o blog são meus e escrevo o que quiser".. hahahahahaha adorei!!! sua cara dizer isso!!

    Arrasou no post, Má, como sempre!!!!

    ps: Daniel, vc tá de palhaçadinha, né?! "Cai dentro", então!!

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