27 abril, 2011

Margarida Café, em Paraty


Coloquem ai na listinha "must go" de vocês. Dica quente em Paraty!


Se tem alguma coisa que não gosto é de estabelecimento “pra turista ver”, ainda mais quando falamos de restaurantes.  
Tenho raiva de mim mesma quando entro naquele restaurante com cara de bacana, de localização estratégica e deparo-me com um cardápio enganoso. E caro. E tenho mais raiva ainda quando não sigo meus instintos de levantar e ir embora e acabo ficando, comendo mal e gastando muito.
Enfim.

O Margarida Café tem cara disso, de restaurante “pra turista ver”, mas incrivelmente não é! 
Ele fica no Centro Histórico de Paraty e a proprietária do restaurante, Dona Ádila Raposeiras, é mãe da famosa barista Isabela Raposeiras conhecida pelo Coffee Lab em São Paulo (o qual infelizmente ainda não consegui ir conhecer, mas que esta na minha listinha “must go”). 

Isabela Raposeiras

 Ádila também é proprietária da pousada que ficamos, O Solar das Margaridas. E tanto no restaurante, quanto na pousada, ela serve café com grãos especialmente selecionados pela Isabela. Delícia!

Bom, o restaurante é um charme só! Logo na entrada tem uma boneca esculpida em um tronco de árvore com uma cesta cheia de margaridas (de verdade) que é um mimo.

fofa!

As colunas do salão são de pedras, o teto com vigas de madeira expostas e piso de ladrilho hidráulico. A cozinha fica a vista, separada do salão por grandes janelas.

a cozinha ao fundo
  O restaurante possui uma adega climatizada, Enoteca Fasano, com capacidade para 2.500 garrafas, com até algumas mesas dentro para quem procura um ambiente mais tranqüilo.


Uma coisa que me impressionou foi a música ao vivo. Músicos de verdade tocavam no lugar, não esses intérpretes de quinta com um simples violão na mão cantando os clichês da MPB. Era música de qualidade mesmo! Paguei o couvert artístico com gosto! E tinha gente até comprando os CD´s dos músicos.

O cardápio é vasto, com opções para todos os gostos. Na minha lógica, se estou numa cidade litorânea acredito que peixe seja o carro forte da região. Costumo buscar em cada lugar o que mais expressa a cultura gastronômica local, portanto essa seria nossa pedida, juntamente com um vinho branco.

Uma observação importante: não é todo mundo que segue a minha lógica. Uns gringos da mesa ao lado, com um menu vasto e apetitoso optaram por comer uma salada e uma pizza. Salada e pizza? Ainda mais estranho é eles comerem primeiro a pizza e de saideira a salada. Que potencial desperdiçado!

O prato do Fernando chamava Chefe Alain Uzan, que é um lombo de peixe grelhado, confit de alho, medalhão de baroa e abobrinha com creme de camarão. Prato lindo de morrer! E eu quase morri de inveja daquele alho maravilhoso.

Chefe Alain Uzan

O prato que escolhi pra falar a verdade eu não compreendi completamente o que viria, mas eu gosto de surpresas. E geralmente elas são boas! A idéia do prato era mais ou menos assim: um belo filé de peixe, enrolado como rocambole, recheado com uma pasta de camarões e empanado, servido com um ravióli de abóbora.

dos deuses!

Meu amor me desculpe, mas nessa eu levei a melhor! Meu prato estava perfeito. O ravióli que parecia comum, era surpreendentemente divino. O peixe era crocante por fora, macio por dentro com aquele “quê” da pasta de camarão. Só de lembrar salivo!

O fraco do lugar eram as sobremesas. Petit gateau, creme de papaia e brownie não era exatamente o tipo de sobremesa que eu esperava daquele lugar. Preferi me abster das calorias mal ingeridas. Tanto potencial no menu e deixaram as sobremesas de lado. Uma pena.

Mas eu sabia que o cafezinho não me decepcionaria. Servido com dois biscoitos, era de gemer! (sim, dá pra gemer com um bom café, ainda mais com aquele biscoito)


Estivemos lá em outra oportunidade para almoçar e pedi um rigatone com lulas, mariscos, polvo, camarões, que mais uma vez mostrou a que veio.

Dona Ádila, a sra. está de parabéns! Pela filha, pela pousada e pelo restaurante!



10 abril, 2011

Uma pequena parte de nós, só para nós.


..The Fray, alta Gastronomia, cozinhar, ler livros, Monte Verde, Janelle Monàe, massa de pizza caseira, Lost, fotografia, os livros da Trilogia Millenium, Seu Jorge, bolinhos de arroz aos domingos, House, frio, montanhas, rabada com polenta, Maria Gadú, fondue, Paris, Original gelada, Paraty, feijoada, Dexter, churrasco em casa, Peugeot, relógios, Ici Bistro, vinho, twitter, Bandit, baixa Gastronomia, planejar, café espresso, café com leite nos dias frios, Victor & Leo, lençol 200 fios, lençol 300 fios algodão egípcio (!), Angelina, cafuné, O Encantador de Cães, War, Campos do Jordão, tranca, Monopoly, D.O.M., Consolations Prizes,  Fórmula 1 aos domingos, bicicleta, Big Brother Brasil, chocopots, França, mil folhas, Taubaté, Cafés, Visconde de Mauá, Facebook, Buenos Aires, perfumes, Applee, One Republic, Maringá RJ/MG, pic-a-pix, rosquinhas de leite com café com leite, word, carinho nas costas, sol de inverno, ar-condicionado no quarto, cochilo da tarde,...

Esse post é para você, a pessoa mais importante da minha vida. E representa uma pequena parcela do que somos, do que nos tornamos e do que nos faz feliz.
Te amo.




O primeiro de todos os anos de nossas vidas.

10 de abril de 2010
19hs
Igreja Santa Terezinha
Dia do meu casamento


10 de abril de 2011
Hoje
Meu aniversário de casamento!

Não é Réveillon, mas fiz minha retrospectiva desse 1 ano e muita coisa mudou. Muita coisa me mudou.

Sem dúvida a mais palpável mudança foi a de cidade, mas não foi a maior. As maiores transformações aconteceram no silêncio de minha mente e meu coração. 

Sair da maior (e mais apaixonante, em minha opinião) cidade do Brasil com 11 milhões de habitantes, para viver numa cidade do interior do Estado, com 280 mil habitantes é pelo menos um choque.

Porém, foi nessa Taubaté que me descobri uma nova pessoa, que libertei-me das amarras da irritação, da instabilidade de humor, da falta de paciência, da pressa que me atormentava, da tolerância zero.
Foi em Taubaté que vi que eu não era quem imaginava, que conheci meu lado mais leve, mais sereno. Foi aqui que troquei a vida de solteira pela de casada, a vida em um apartamento por morar em uma casa. Aqui troquei a insana e estressante rotina de SP, por uma rotina mais tranqüila. Troquei horas desperdiçadas com transito por conseguir almoçar em casa e ainda tirar um cochilo! (me diz, alguém mais tem esse privilégio?). Foi aqui tomei banho de chuva em uma bicicleta!

E foi aqui também que passei o maior calor da minha vida! Troquei a “São Paulo da Garoa” pela “Diabolicamente Ensolarada Taubaté”.

Nesse ano tive que aprender a lidar com a distância de novo, mas desta vez por causa dos amigos e pessoas queridas. Nesse ano perdi (quando mudei) e reencontrei (quando voltei a trabalhar em SP) o “jantarzinho entre amigas” durante a semana. Nesse ano senti falta dos meus velhos amigos e conheci novas pessoas. E percebi o quanto é difícil, por mais acolhedora que Taubaté seja, entrar nos círculos sociais de amigos de infância, de pessoas que estudaram no primário juntas, se formaram na mesma faculdade e ainda trabalham juntas.

Nesse ano aprendi a administrar uma casa e notei que fiz isso de uma forma natural, quase sem perceber. E com prazer.
Nesse ano eu entendi o verdadeiro valor de “lar”. E definitivamente, não há nada como nosso lar. De todas as viagens que fiz, de todos os lugares que fui e programas que fiz, por melhor que foram, nada me deu tão prazer quanto voltar para a nossa casa e dormir na nossa cama.

E foi nesse período que fiz a minha grande viagem, meu grande sonho, ao lado do meu grande amor, em um dos melhores momentos da nossa vida. E foi indescritível... Até a palavra “perfeita” não é páreo para descrevê-la. A França é mágica, e Paris me fascina. Como diz o Fernando, Paris não tem cheiro, tem perfume. Perfume que sinto em meus sonhos até hoje.




Nesse período aprendi também que existem exceções à regra, que a razão e a justiça infelizmente não são tudo que eu preciso pra ser feliz, que relações nem sempre possuem a mesma dinâmica e que falar nem sempre resolve as coisas. Aprendi que nem tudo está a meu alcance de resolver, por mais que eu tente, por mais que eu me empenhe, por mais que eu de a cara a tapa. E vi que algumas mágoas ainda não aprendi como esquecer.
Aprendi que preciso saber como “deixar pra lá”, como se importar menos e como ficar calada sem que isso me corroa por dentro.

Nesse período olhei muito pra dentro de mim. Coloquei a mão em meu peito e prestei atenção no que sentia e sinto. Questionei-me o que poderia fazer para mudar. E muitas vezes não encontrei a resposta certa. Percebi que ser correta, ter coragem, ser honesta, transparente e justa não mudam meus sentimentos e que algumas vezes não me ajudam em nada. Percebi que princípios que eu defendia a ferro e fogo não me servem. Percebi que talvez precise de ajuda. E fiquei feliz de chegar nessa conclusão, que às vezes muitos têm dificuldade em admitir. 

Nesse 1º ano tomei um chaqualhão do meu próprio corpo. Olá! Você está ficando mais velha. E negligente. Triste ver que meus 20 anos se foram e que meu peso vive me desafiando... E ganhando. Percebi que a luta será eterna e que preciso urgente encontrar algum equilíbrio nisso.



Desde que me casei tive que aprender a lidar com uma pessoa do meu lado 7 dias na semana, o meu marido. Viver uma vida de dois. Parece fácil, mas não é. No entanto, é um desafio delicioso.

Vi que por mais que exista muito amor, um relacionamento desequilibrado é capaz de minar um casamento. Enxerguei as manias dele, as minhas. E aos poucos fomos adaptando-nos e moldando-nos. Tive certeza de que alma-gêmea é o de menos... Não importa se nascemos predestinados, o que importa é o que fazemos em vida, juntos. Fernando e eu conhecemos bem essa arte. Dobra-se aqui, ajusta-se ali e lá estamos nós sempre mudando para atender nossas necessidades individuais e como casal.

Percebi que por mais que minha relação com ele pareça especial e completamente diferente do que enxergo nos relacionamentos dos outros, ela não é infalível ou inatingível. Percebi que minha relação é tão frágil quanto qualquer uma. Chorei e tive medo quando me dei conta da minha ilusão, mas descobri uma força imensa de lutar por “nós”. E vi isso nele também. 
Nos fez tremendamente mais fortes.

Aprendi que não posso chegar ao limite, que não posso encher o copo até a boca e correr o risco da última gota. Chegar próximo dessa linha nos faz dizer e fazer coisas que só nos farão mal. Desestabiliza-nos. Os males devem ser cortados na raiz para que não virem monstros criados por nossa insegurança, ciúmes e irritação.

Eu o Fernando crescemos um ao lado do outro nesse tempo. Hoje consigo entende-lo mais e ver nos olhos dele o que o aflinge ou as suas intenções. Nossa relação não é perfeita, nem nunca será, mas estamos trabalhando sempre para melhor atende-lo.
;)

Não troco a vida que levo por nada. Não digo que não derramei lágrimas nesse 1 ano, mas a felicidade está muito além de lágrimas e sorrisos. E hoje estufo o peito pra dizer que sou feliz.


Tenho lutado para ser uma pessoa melhor, uma amiga melhor, uma esposa melhor, uma filha e uma irmã melhor. As vezes falho, mas muitas vezes tenho sucesso. E, querendo ou não, a intenção aqui é muito valiosa.

Fui muito feliz nesse 1 ano!

Alcancei tudo o que eu almejei e que lutei pra isso. Tive sucesso nas minhas escolhas. Apesar de ter recomeçado meu lado profissional, sinto-me renovada, segura e uma profissional muito mais eficiente. Tenho paz para exercer minha profissão da melhor forma possível. E estou recebendo meu reconhecimento. 
Montamos nossa casa aos poucos, entramos com o que tínhamos, compramos uma coisa aqui, outra ali,  mexemos aqui, pintamos ali...e ela foi virando o nosso lar. Ainda não está 100% pronta (e cá entre nós, nunca estará), mas é nossa e eu gosto muito dela! Também ajudamos pessoas queridíssimas a terem o lar delas e isso me faz bastante feliz.

 Em comemoração ao nosso 1º ano de casados estamos em Paraty nesse momento. Não é a viagem dos nossos sonhos, mas com tantos planos concretizados não podemos exigir demais de nós mesmos. Além do que a gente se basta, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. E está muito muito bom! Lugares lindos, comida boa e que com certeza contribuirão para um post em breve.
Baía da Preguiça - Paraty


Meu amor, felicidades para nós hoje!