Coloquem ai na listinha "must go" de vocês. Dica quente em Paraty!
Se tem alguma coisa que não gosto é de estabelecimento “pra turista ver”, ainda mais quando falamos de restaurantes.
Tenho raiva de mim mesma quando entro naquele restaurante com cara de bacana, de localização estratégica e deparo-me com um cardápio enganoso. E caro. E tenho mais raiva ainda quando não sigo meus instintos de levantar e ir embora e acabo ficando, comendo mal e gastando muito.
Enfim.
O Margarida Café tem cara disso, de restaurante “pra turista ver”, mas incrivelmente não é!
Ele fica no Centro Histórico de Paraty e a proprietária do restaurante, Dona Ádila Raposeiras, é mãe da famosa barista Isabela Raposeiras conhecida pelo Coffee Lab em São Paulo (o qual infelizmente ainda não consegui ir conhecer, mas que esta na minha listinha “must go”).
Isabela Raposeiras |
Ádila também é proprietária da pousada que ficamos, O Solar das Margaridas. E tanto no restaurante, quanto na pousada, ela serve café com grãos especialmente selecionados pela Isabela. Delícia!
Bom, o restaurante é um charme só! Logo na entrada tem uma boneca esculpida em um tronco de árvore com uma cesta cheia de margaridas (de verdade) que é um mimo.
fofa! |
As colunas do salão são de pedras, o teto com vigas de madeira expostas e piso de ladrilho hidráulico. A cozinha fica a vista, separada do salão por grandes janelas.
a cozinha ao fundo |
O restaurante possui uma adega climatizada, Enoteca Fasano, com capacidade para 2.500 garrafas, com até algumas mesas dentro para quem procura um ambiente mais tranqüilo.
Uma coisa que me impressionou foi a música ao vivo. Músicos de verdade tocavam no lugar, não esses intérpretes de quinta com um simples violão na mão cantando os clichês da MPB. Era música de qualidade mesmo! Paguei o couvert artístico com gosto! E tinha gente até comprando os CD´s dos músicos.
O cardápio é vasto, com opções para todos os gostos. Na minha lógica, se estou numa cidade litorânea acredito que peixe seja o carro forte da região. Costumo buscar em cada lugar o que mais expressa a cultura gastronômica local, portanto essa seria nossa pedida, juntamente com um vinho branco.
Uma observação importante: não é todo mundo que segue a minha lógica. Uns gringos da mesa ao lado, com um menu vasto e apetitoso optaram por comer uma salada e uma pizza. Salada e pizza? Ainda mais estranho é eles comerem primeiro a pizza e de saideira a salada. Que potencial desperdiçado!
O prato do Fernando chamava Chefe Alain Uzan, que é um lombo de peixe grelhado, confit de alho, medalhão de baroa e abobrinha com creme de camarão. Prato lindo de morrer! E eu quase morri de inveja daquele alho maravilhoso.
Chefe Alain Uzan |
O prato que escolhi pra falar a verdade eu não compreendi completamente o que viria, mas eu gosto de surpresas. E geralmente elas são boas! A idéia do prato era mais ou menos assim: um belo filé de peixe, enrolado como rocambole, recheado com uma pasta de camarões e empanado, servido com um ravióli de abóbora.
dos deuses! |
Meu amor me desculpe, mas nessa eu levei a melhor! Meu prato estava perfeito. O ravióli que parecia comum, era surpreendentemente divino. O peixe era crocante por fora, macio por dentro com aquele “quê” da pasta de camarão. Só de lembrar salivo!
O fraco do lugar eram as sobremesas. Petit gateau, creme de papaia e brownie não era exatamente o tipo de sobremesa que eu esperava daquele lugar. Preferi me abster das calorias mal ingeridas. Tanto potencial no menu e deixaram as sobremesas de lado. Uma pena.
Mas eu sabia que o cafezinho não me decepcionaria. Servido com dois biscoitos, era de gemer! (sim, dá pra gemer com um bom café, ainda mais com aquele biscoito)
Estivemos lá em outra oportunidade para almoçar e pedi um rigatone com lulas, mariscos, polvo, camarões, que mais uma vez mostrou a que veio.